O Centimfe participou de 7 a 10 de Novembro na WEB SUMMIT 2016 que teve lugar em Lisboa.
O evento dispensa apresentações. É o principal encontro sobre tecnologia e empreendedorismo da Europa e teve uma cobertura mediática enorme, com mais de 4 milhões de visualizações nas redes sociais e mais de 53.000 participantes.



Dos temas discutidos durante os quatro dias de evento destacam-se os veículos autónomos que terão um impacto enorme nas indústrias de moldes e plásticos.
A indústria portuguesa de moldes tem como principais clientes a indústria automóvel representando mais de 70% da produção nacional, como tal é fundamental compreender quais as tendências ao nível da mobilidade de modo a que as nossas empresas antecipem as necessidades dos seus clientes e se preparem para os novos desafios.

Estiveram presentes altos representantes das principais OEM do sector automóvel, tais como BMW, Renault-Nissan, Volkswagen, etc, em que transmitiram a sua visão sobre o futuro. A evolução tecnológica ao nível da inteligência artificial irá permitir a proliferação dos veículos autónomos. As questões relacionadas com hardware para o lançamento de veículos autónomos está praticamente resolvida, o que está em processo de desenvolvimento é Software capaz de decidir como um humano, ou melhor, em situações imprevistas.



O nível de autonomia dos veículos está classificado numa escala de 1 a 5 sendo que, 1 significa o condutor conduz 100% do tempo e 5 significa viatura completamente autónoma, neste caso já não terá volante nem pedais, como explicou Elmar Frickenstein da BMW.
Raj Rajkumar do GM-Carnegie Mellon Autonomous Driving Lab refere que presentemente estaremos no nível 2.8, isto é, uma função de cruise control mais avançada em que o carro é autónomo em algumas circunstâncias, nomeadamente em autoestrada e assistência no parqueamento. Contudo estas funções são limitadas e nem sempre funcionam.
As questões pendentes são muitas e complexas, deverá o veículo autónomo escolher entre a vida dos seus passageiros adultos ou a da criança que se atravessou na estrada? Questões como esta apresentam-se como um enorme desafio para os veículos autónomos.
O grande debate no setor centra-se entre os que defendem que poderemos ter veículos autónomos num prazo de cinco anos e os que defendem um prazo mais alargado, mas todos tomam o “autonomous driving” como um desígnio incontornável.
Sabemos então que os automóveis vão mudar, responder a diferentes necessidades de utilização, os combustíveis fósseis deixarão de ser uma opção.
As tendências apresentadas mostram que as indústrias de moldes e plásticos terão um papel importante na materialização das visões sobre o futuro. Contudo as empresas serão muito provavelmente muito diferentes das atuais. Martim Hofmann da Volkswagen compara os 5 níveis de automação do “automomous driving” à introdução da automação nas empresas na sua intervenção “Robotic enterprise: The future A.I.-run company”. Para os leitores que fiquem deprimidos após verem a apresentação de Martim Hofmann, propomos a intervenção “Toward an unworkable future”de Rowan Trollope da CISCO Systems, em que se combate a ideia da destruição de empregos decorrente da cada vez maior automação, com a criação de novos trabalhos que ainda não foram inventados. Novas profissões surgirão!
O veículo do futuro deverá responder a um tipo diferente de necessidades uma vez que não será necessário conduzir, todos os ocupantes poderão aproveitar o tempo para fazer outras coisas, pelo que todo o interior do automóvel será reconfigurado. O automóvel passará a ser um misto de sala de estar com escritório e local de entretenimento.
No futuro contaremos com cada vez mais plataformas e modelos de partilha de automóveis, sendo que as gerações mais jovens dão cada vez menos importância à posse e cada vez mais à utilização. Note-se que em geral os automóveis têm uma taxa de utilização ao longo da sua vida de 2% o que demonstra uma enorme ineficiência e desperdício. Um estudo da OCDE estima que um modelo de mobilidade baseado no “autonomous driving” e na partilha permitiria reduzir o trafego em Lisboa em 97%.
Os próximos anos dirão quem ganhará a corrida aos veículos autónomos, se os gigantes do Software como a Google ou a indústria automóvel tradicional. Provavelmente ambos!